De Volta para Casa

Em casa, eu encontrei minha linda esposa conversando com a Britânia no sofá. Ela abriu um sorriso enorme a me ver! Só de olhar, já estava empolgado e desejava levá-la para o nosso quarto... Minha luz parecia estar na mesma sintonia e se levantou rapidamente. Eu a segurei pela mão e fiquei paralisado: Ela sempre foi tão linda assim?

Só tinha olhos e ouvidos para a Cristal! Comentou sobre adorar me ver bronzeado e o quanto sentiu a minha falta. Repliquei dizendo o quanto o sorriso dela é lindo e “falta” era muito pouco para explicar como me senti distante dela! Estava prestes a beijá-la.

Mas o Di a puxou para baixo e lhe deu um abraço saudoso. Eu não podia fazer nada, ele merecia passar algum tempo com a própria mãe. O pequeno sentiu muita falta das duas durante a viagem.

A Violeta resolveu se manifestar e falou choramingando: “Ieu queru abaçu tambeim!” Meu filho se virou rapidamente para a irmã e lhe deu um beijo. A minha princesinha falou: “Di, cê mudô di cô e ficô lindio!”

Depois foi minha vez de paparicar a minha filha. Ela também elogiou a minha cor e perguntou com que tinta a gente se pintou! Expliquei sobre pegarmos cor apenas indo à praia e ficando expostos ao sol. Completei, dizendo pretender levá-la para pegar sol quando ela se tornasse criança.

A Vi apoiou sua cabeça em meu ombro e disse: “Pu ishu ti amo tantu papaí.” Eu a abracei feliz com sua espontaneidade e comovido com sua forma de expressar amor. E respondi: Papai também te ama, minha princesinha!

O Diamante, resolveu contar parte de nossa aventura de pé, no meio da sala. Ele adora chamar a atenção da Britânia, nem entendo bem seus motivos para isso. Tentou ensinar a todas o gesto “relax”, o cumprimento dos nativos da Ilha Tiwikkii. Depois de comentar sobre a menina do “olhão” no prato dele ser maluca, ele lembrou dos presentes que trouxemos.

Quando viu os brincos em concha e os colares artesanais da Ilha, minha luz me puxou para um beijo, na frente de todo mundo. Como eu estava com saudades do sabor dos seus lábios, doce como chocolate e ardente como pimenta!

A Britânia se despediu e passamos um tempo na sala com os pequenos. Logo eles começaram a se queixar de sono e cambalear. Nunca fiquei tão feliz por eles estarem cansados! Após colocarmos os dois para dormir, eu carreguei a Cristal até o quarto. Eu tremia de felicidade por sentir seu corpo de encontro ao meu. Ela ria de forma contagiante em meu ouvido.

Fomos tirando as roupas aos poucos quando entramos no quarto, em pouco tempo eu a coloquei sobre a cama e literalmente pulei em cima dela. Seu sorriso franco demonstrava o quanto sentiu saudades deste meu jeito afobado de buscar seu amor.

Matamos nossas saudades com muitos amassos em cima da cama e não deixamos de fazer bastante oba-oba... Não sou a Anita, então, nem sei escrever poesias sobre estes momentos como ela. No entanto, sei o quanto me senti feliz em estar novamente com minha luz e o quanto a amo!

O melhor mesmo, depois de fazer oba-oba até cansar... Foi poder dormir com ela aconchegada em meu peito e sentir sua respiração suave. A cadência do seu coração batendo de encontro ao meu corpo, era o estímulo necessário para finalmente dormir em paz! Passei duas noites muito longas sem ela ao meu lado.

No dia seguinte, eu liguei para o Chien e nos encontramos à noite no cemitério. Ele não me perguntou se eu havia conseguido aprender nada, apenas me fez sentar. Inquiriu-me sobre a história da princesa e do dragão, queria saber qual minha visão do conto.

No último encontro, fiquei empolgado com a forma de contar a história e acabei esquecendo de comentar sobre ela como um adulto. Hehehe. Agi como um e dei a minha interpretação: um bom líder se preocupa em primeiro lugar com o bem-estar dos seus e faz de tudo para ajudá-los em qualquer situação.

Ele sorriu para mim, minha resposta o agradou. Agora, o meu instrutor tinha certeza sobre eu ter o potencial de um verdadeiro líder.

Antes de iniciarmos meu aprendizado, ele me instruiu a meditar. Eu precisava aprender a manter o foco e me concentrar para alcançar um estado de perfeito equilíbrio, assim duelaria no máximo do meu potencial. Parecia tudo muito bom, só não entendia porque aprendi o tal “Tai Chi”?!

Ainda sem me responder sobre isto, Chien me orientou a ficar de costas para ele. As varinhas não poderiam ser empunhadas até terminarmos os cinco passos. Depois, era virar de frente para ele e lançar o meu feitiço. Claro, nada que não pudéssemos desfazer depois!

Ao me virar, eu mal tive tempo de pegar a varinha! O pai do Ado já estava entoando sua mágica:
“Corpus Gorditus
Faça este corpo de sim inchar
até quebrar a balança!
A dieta vai pelos ares;
Um tamanho maior é o que se lança!”

Fiquei arrasado: Ele me pegou de primeira, nem tive chance de fazer nada. Estava imobilizado com a magia a me envolver.

O pior mesmo foi ganhar uma barriga enorme, parecia até grávida. Agora sei por que a Cristal andava toda torta durante a gravidez, é difícil se acostumar com tanto peso. Quando pensei na minha luz, me lembrei dela só sentir atração por sims em forma, fiquei ainda mais triste. Não podia voltar para casa assim.

O Chien me acalmou, em pouco tempo o feitiço se desfez e voltei ao normal. Não quero ficar barrigudo nunca mais, vou voltar a correr amanhã!

A experiência negativa me fez duvidar da minha capacidade. Comentei com ele sobre não achar ser o cara certo para duelar com o chefão. Afinal, eu fui vencido de primeira e perguntei por que ele não duelava com o Merlim.

O meu instrutor riu e respondeu: “Foi sua primeira tentativa, você se distraiu olhando para o espelho ao dar seus passos. No entanto, só pode ser você a duelar, termine de ler os estatutos da Cúpula. Lá explica esta parte, eu deveria ter duelado com o antigo Grão-Mestre... Como abdiquei, eu não posso mais ser o líder, confiei na pessoa errada. Mas não tenho dúvidas de ser você a pessoa certa para se tornar o líder da Cúpula!”

Depois das explicações dele, percebi não haver chance de escapar deste duelo e voltamos a treinar. Houve vários empates, sem vitorioso de nenhum dos lados. Finalmente, eu consegui atingir o Chien com um feitiço:
“Mellifera Ataquium
Abelhas, me ouçam zumbir;
Ataquem este sim,
Façam-no fugir!”

Bem, eu fiquei feliz por acertar uma mágica no pai do Ado. Porém, eu ri muito e foi dele fugindo das abelhas naquela sala, sem ter para onde ir! Hehehe

Quando ele conseguiu se livrar dos insetos, me congratulou pelo feitiço impecável. E disse: “Eu tinha certeza que a prática do “Tai Chi Chuan” ia te deixar mais ágil! Amanhã eu te mostro qual mágica usar. Você só pode usar uma, então é bom preparar a sua melhor!”

Antes dele encerrar a minha aula, resolvi lhe mostrar o boneco vodu que recebi lá na Ilha. Afinal, deveria servir para alguma coisa. A Carmita não ia me mandar lá na cabana misteriosa à toa... ou ia?

O Chien disse conhecer o boneco, mas eu não poderia usá-lo no duelo. Em duelos mágicos só se pode lançar um feitiço, o primeiro a acertar ganha! Eu deveria usar meus próprios poderes mágicos e não o vodu do bruxo da Ilha. Eu fiquei indignado e perguntei em voz alta: Porque a Carmita me mandou pegar este boneco então?

Meu instrutor falou:”Forte, ela pode ter sugerido apenas por achar interessante a magia vodu. Ou sabe de algo mais, que nenhum de nós pode fazer ideia agora! Seja como for, um boneco vodu é sempre útil.”

Eu saí de lá encafifado com esta história do vodu. Eu acho que aí tem coisa. A cabeça da Carmita está sempre mil anos-luz a minha frente! Cheguei a casa a tempo de colocar minha princesinha na cama. Pelo menos dei um beijinho de boa noite nela, antes de desmaiar de sono.

Sentei ao lado do Di e lhe contei a história da Anita* para ele dormir. A primeira parte é curtinha, deu para contar toda antes do pequeno cair no sono. Depois, tive que ajeitar as cobertas sobre ele. Meu filho se mexe um bocado dormindo e acaba ficando descoberto.

*Estou me referindo a primeira versão da história da Anita que era dividida em duas partes. Versão atual: Assim é Anita

Quando entrei no quarto, a Cristal já estava deitada sobre a cama, apenas com as roupas de baixo. Sorria para mim! Minha vontade era pular sobre ela. Mas algo em seu olhar me dizia haver um outro motivo para me esperar assim.

Tirei minhas roupas e a puxei para conversar. Minha luz comentou: “Conversei com a Carmita hoje e ela pretende colocar o Edward em um colégio particular. Avisou para colocarmos o Diamante também, assim os dois vão poder estudar na mesma escola.”

Eu assenti rapidamente, pois estava mais interessado em aproveitar a companhia da minha linda esposa. Soprei em seu ouvido e sugeri uma atividade noturna mais intensa... Hehehe. Cristal, muito dedicada, se voltou para mim determinada a colocar em prática a minha sugestão. Seus atos valiam mais que palavras. E desta vez, ela fez verdadeiras mágicas comigo!

Após as atividades noturnas... Deixei a minha luz dormindo e fui dar uma xeretada nos Estatutos da Cúpula. Descobri lá uma cláusula explicando o motivo do Chien não poder duelar com o Merlim:
“217. § 5º É obrigação do segundo em comando duelar contra o Grão-Mestre em caso de abuso de poder. Se ele declinar da obrigação, nunca poderá assumir o posto de Grão-Mestre e duelar pelo posto em outro momento.” Havia ainda mais um bando de regras e regulamentos que não faziam o menor sentido para mim. Porém, li tudo até o fim. Pode vir a ser útil se eu me tornar realmente o Grão-Mestre!

Na manhã seguinte, contamos ao Di sobre o colégio particular, durante o desjejum. A princípio ele não gostou da ideia e nos questionou o motivo. Quando explicamos sobre o Edward ir para a mesma escola, ele ficou empolgado. Estava motivado a estudar mais, feliz com a nova mudança e falou: “Vai ser muito bom estudar no mesmo colégio do Ed!”

Ligamos para o diretor da escola e marcamos uma entrevista. Ele viria nos visitar esta noite, mas chegaria antes da minha volta do trabalho. Vou tentar sair mais cedo hoje!

Quando voltei do trabalho, minha esposa estava preparando uma Lagosta de Gourmet. Nunca imaginei esta cena... Minha luz tem horror à lagosta desde que sua cheesecake perdeu o concurso de culinária para uma. Olhou diretamente para mim e me pediu para receber o diretor. Ela havia se atrasado com o jantar.

Lá em cima, encontrei as crianças se divertindo em sua mesa. Os meninos estavam ajudando as princesinhas a montarem com os blocos. Só acenei rapidamente para não perder de vista o diretor, troquei de roupa e desci para receber o cara!

Eu o cumprimentei ao descer do carro. Ficou feliz pela acolhida e me agradeceu com um sorriso no rosto, ele me pareceu bem simpático. Conversei um pouco sobre a escola e o levei até a entrada do condomínio.

Mostrei a piscina, a sauna, a mesa de bilhar e a sala de ginástica. Todas as comodidades do meu condomínio. Na porta do meu apê ele falou: “Nossa vocês estão morando muito bem! Melhor que muita casa que eu visito!” Eu concordei, afinal era a mais pura verdade, este condomínio foi feito pelos deuses!

O cara ficou impressionado mesmo foi com o tamanho de nossa sala. Achou muito espaçosa e nos elogiou pela decoração. Vandilson se empolgou com a Cristal. Eu não posso culpá-lo, ela é sempre muito expansiva e educada com todos. Mas havia algo no olhar dele que não me agradou, ele estava muito interessado na minha esposa desde sua entrada em nosso apartamento

Resolvi separar os dois e o levei para conhecer a biblioteca. Quando viu a quantidade de livros, me perguntou se eu era formado pela UNESIM. Fiquei contente em poder provar minha passagem pela universidade fazendo a Saudação da Escola. Ele reconheceu de pronto e ganhei muitos pontos por isto!

Para completar nosso tour pela casa, eu o levei para ver o retrato da Mita e expliquei ter sido o pequeno a pintá-lo. Vandilson adorou o quadro e ficou seduzido pelo talento do meu filho. O sol estava prestes a se pôr, então o convidei para jantar. Ele aceitou na mesma hora.

Mal a Cristal serviu o jantar, o cara já estava comendo. Achei falta de educação, não esperar por ela. Porém relevei, ele devia ter vindo direto do trabalho e com a barrinha de fome em baixa. No entanto, o tal diretor se mostrou tão mal educado a mesa quanto meus companheiros de UNESIM.

Uma vergonha, aquela comida voando para todo lado e sua cara quase de encontro ao prato! Não resisti e falei: Não se preocupe Sr. Nogueira, a Cristal cozinha muito bem! A lagosta não vai fugir do prato. Minha luz ficou assustada com a minha piadinha e me deu um pontapé na canela por debaixo da mesa.

Rapidamente o diretor terminou de comer e se levantou dizendo estar na sua hora. Por um momento, dei razão a minha esposa pelo pontapé, eu devia ter exagerado na piada e por isto o cara se invocou. Eu apertei sua mão ressabiado, podia ter minado as chances do pequeno entrar no colégio com aquela piadinha!

Porém, Vandilson me agradeceu pela recepção e disse estar satisfeito em ter o Diamante em seu corpo discente no dia seguinte. Que alívio! Se eu tivesse estragado esta oportunidade a Cristal me esfolaria vivo mais tarde.